Os mitos da sexualidade na idade média

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Quando pensamos na história da sexualidade, a Grécia Antiga pode ser a primeira imagem que nos vem a cabeça. Porém, Eleanor Janega doutora em história da Idade Média, nos conta em seu livro: “A Idade Média: Uma história gráfica” que a sexualidade na Idade Média era muito diferente do que acreditamos.

Nossa concepção da história está repleta de mitos e ideias preconcebidas, principalmente quando nos referimos a momentos complexos na história do homem. Sendo assim, quando pensamos nos conceitos de sexo e Idade Média, tendemos a pensar que essa foi uma época escura e dogmática. Mas, em seu novo livro a britânica tem a intenção de derrubar os mitos e oferece uma nova maneira de ver a sexualidade na Idade média.

O sexo ao ar livre era uma prática comum na Idade Média

De acordo com a investigação de Janega, na Idade Média as pessoas gostavam de praticar sexo ao ar livre. Ou seja, o sexo ao ar livre era praticado nas feiras e basicamente em todas as grandes festas e celebrações. Inclusive escreviam canções a respeito.

sexo idade média
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Embora fosse uma prática habitual não a praticavam com a intenção de que fossem vistos, mas estavam conscientes de que poderiam ser observados. Para a investigadora existia um motivo evidente que obrigava as pessoas a praticar o sexo em lugar público e privacidade era o principal motivo. Diz ela: “Essas pessoas viviam normalmente em casa com apenas um cômodo e assim, não existia muita opção. Além do mais, muitos jovens viviam nas casas onde trabalhavam, o que tornava ainda mais impossível esse tipo de encontro”.

As preliminares na Idade Média eram muito mais divertidas que as de hoje

A igreja naquela época tinha uma grande influência sobre a sociedade e por essa razão o sexo tinha apenas uma finalidade: a procriação. Por isso, a famosa posição sexual papai e mamãe era mais socialmente aceita. Portanto, qualquer brincadeira erótica era visto como um pecado, embora isso não impediu que a sexualidade latente se expressasse.

Nesse sentido, ela também comenta que a sexualidade no período medieval estava sob a influência direta da igreja onde o sexo procriador era o tipo de sexo permitido. Em contrapartida, Janega finaliza dizendo que as pessoas da época não estavam realmente interessadas nessa ideia.

Em outras palavras, como os jogos eróticos não eram permitidos eles aguçavam ainda mais os desejos das pessoas daquela época. Por isso a penetração parecia mais entendiante já que estava relacionada com a procriação e as preliminares, a sedução e o erotismo tinham um apelo social muito maior naquela época.

E a masturbação?

Na Idade Média, os historiadores dizem que as pessoas naquela época acreditavam que tanto os homens e as mulheres necessitavam ter um orgasmo para conceber um filho. Também pensavam que para serem férteis ambos necessitavam expulsar regularmente a sua semente.

Porém, se uma mulher não estivesse casada, e por tanto, não se esperava que fosse sexualmente ativa. Por isso, existia uma crença de que se a semente se acumulasse ela causaria um fenômeno conhecido como “asfixia do útero”.

Desse modo, alguns médicos prescreviam alguns métodos para liberar essa semente. Contudo, sempre com o auxílio de alguma parteira, ou seja, o que hoje conhecemos como masturbação. Entretanto, a ideia de ter prazer através da masturbação era uma prática totalmente abolida pela igreja e considerado como um pecado.